A montadora chinesa BYD, que atualmente é uma das lideres mundiais em vendas de carros elétricos, vem adotando uma estratégia ousada, a meta é dominar o mercado de carros elétricos na América do Sul e o Brasil será a base. Em menos de 1 ano de atuação por aqui vendendo carros de passeio, a BYD já conta com 7 veículos no país, fora da China, o Brasil já é o mercado onde há a maior quantidade de modelos da marca. Parece que o Brasil em pouco tempo acabou se tornando um mercado prioritário para a BYD, tanto é que na ultima semana a montadora anunciou a compra da antiga fábrica da Ford em Camaçari na Bahia, a previsão é que a planta comece a produzir carros elétricos localmente a partir de 2024, com um investimento de mais de R$ 3 bilhões. Porém, o pulo do gato da marca promete ser o BYD Seagull, um modelo que pode se tornar o Fusca da marca. Lançado em abril na China por equivalentes R$ 50.300, está batendo recorde de vendas por lá, sendo considerado por muitos como, o primeiro carro elétrico popular de verdade, com qualidades para revolucionar o mercado.
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O mais incrível é que o preço não é o único atrativo, o BYD Seagull impressiona pelos equipamentos, espaço interno, bom acabamento, qualidade de construção e a boa autonomia. Acredite, este modelo deve revolucionar o mercado também aqui no Brasil, se tornando o primeiro carro elétrico na garagem de muita gente, podendo incomodar inclusive outros hatchs a combustão como Hyundai HB20, VW Polo e Chevrolet Onix.
Ainda não há confirmação com relação aos preços oficiais, mas há diversos motivos que nos anima a pensar que o BYD Seagull custará algo na casa dos R$ 100 mil a R$ 110 mil aqui no Brasil, primeiro pelo seu preço extremamente baixo na China, este é um carro que está no mercado asiático com valores entre R$ 50.300 até R$ 61.380. Além disso, como se trata de um carro 100% elétrico, no Brasil o Seagull será isento do imposto de importação, que em carros normais chega a custar 35% do valor do veículo.
Para termos uma ideia melhores de valores. Na China, o seu irmão maior, o BYD Dolphin, parte de equivalentes R$ 79.900 (116.800 yuan), enquanto aqui no Brasil custa R$ 149.900, portanto, há uma diferença de 87 % entre o preço cobrado na China e no Brasil. Seguindo esta mesma lógica, como o BYD Seagull na China parte de R$ 50.000, custaria teoricamente a partir de R$ 93.750 no Brasil.
Claro que no Brasil não teremos um valor tão barato quanto na China, mesmo assim, este modelo da BYD terá um preço baixo para a realidade dos carros elétricos no mercado nacional. Não custa lembrar que a Renault tenta vender o Kwid elétrico por R$ 147.845 – o que dispensa comentários, enquanto o atual elétrico mais barato do Brasil, o Chery iCar, parte de R$ 119.900, porém é um ultracompacto para apenas 2 passageiros adultos e que não tem porta malas. O outro elétrico barato do mercado nacional, o JAC e-JS1 sai por R$ 126.900, porém tem uma construção mais simples e autonomia menor em relação ao BYD.
Apesar de ser um carro compacto, o BYD Seagull tem boas dimensões. Mede 3,78 m de comprimento por 1,71 m de largura e 1,54 m de altura, já a distância entre eixos é de 2,50 metros. Comparando com os rivais elétricos no Brasil o Seagull é maior que todos, sendo 5 cm maior no comprimento e 8 cm maior no entre eixos em relação ao Kwid elétrico, 10 cm maior no comprimento e 11 cm maior no entre eixos comparado com o JAC e-JS1, comparando com o Chery iCar, podemos dizer que o BYD Seagull está em uma categoria muito superior, são 60 cm a mais no comprimento e 30 cm a mais na distância entre eixos.
Mas calma, apesar de ser maior que os ultracompactos elétricos que já conhecemos, comparado com um hatch normal, como o VW Polo e Chevrolet Onix, o Seagull é muito menor, só para citar o comprimento, o Polo é 30 cm maior.
Realmente o espaço interno agrada, podemos dizer que pelo tamanho externo da carroceria o interior do Seagull chega até a surpreender por ter tanto espaço, mas há um ponto que precisa ser comentado, oficialmente o BYD Seagull é homologado para levar apenas 4 pessoas, ou seja, o banco traseiro foi projetado para levar somente 2 ocupantes.
Mas se o BYD é maior que os rivais, por que só leva 4 ocupantes? A razão é que a fabricante optou, de forma acertada, por proporcionar o maior conforto possível para quem viaja atrás, sacrificando assim o terceiro assento. Vamos explicar: o banco traseiro fica propositalmente em uma posição mais recuada, o que permitiu criar um amplo espaço para as pernas de quem viaja atrás (foto acima e abaixo) apesar do tamanho compacto da carroceria. Mas, esta solução deixa a largura do encosto menor por causa das colunas estruturais laterais, a solução da BYD foi então sacrificar o espaço do passageiro central e também retirar um pouco de espaço do porta-malas.
Importante falarmos que esta solução do banco traseiro recuado, também ajuda a aumentar a segurança de quem viaja atrás, já que o carro possui de série airbags nas colunas laterais traseiras, na altura da cabeça dos ocupantes, algo raro até mesmo em modelos de luxo. O BYD Seagull tem um total 8 airbags espalhados pelo seu interior.
Nas fotos acima e abaixo é perceptível a gritante diferença entre o espaço traseiro no Renault Kwid (abaixo) e no BYD Seagull (acima). Apesar de levar 3 pessoas atrás o espaço interno no Kwid é muito menor.
Ainda falando em espaço, o porta-malas do Seagull é mantido em segredo, a BYD informa apenas que cabem 2 malas grandes com 60 cm cada uma e que, com os bancos traseiros rebatidos o modelo leva 930 litros no porta malas. Claro que aqui não há milagres, é Seagull tem porta malas pequeno, ao julgar pelas fotos, esperamos algo em torno dos 200 a 250 litros.
O peso total do BYD Seagull varia entre 1,160 kg a 1,240 kg dependendo da versão escolhida, é um peso Ok para um carro elétrico, fica no mesmo patamar por exemplo do rival da JAC Motors.
O motor elétrico do BYD Seagull 2024 entrega 75 CV de potência e 13,7 kgfm de torque, potência similar a de um carro com motor 1.0 aspirado no brasil, ou seja, nada fora do comum ou que deva empolgar, lembrando que aqui a proposta claramente não é essa, tanto é que o BYD Seagulll faz de 0 a 100 km/h em demorados 13 segundos e não passa dos 130 km/h de velocidade máxima.
Na China, o BYD Seagull 2024 conta com dois níveis de baterias, uma com 30 kWh e outra com 38,8 kWh, sendo que a autonomia na versão de entrada fica em 305 km ou 405 km na opção mais cara. Porém essa marca é de acordo com o ciclo CLTC, um padrão de autonomia utilizado exclusivamente no mercado chinês, mais otimista do que WLTP usado como base para a indústria automotiva mundial. Lembrando que no Brasil, é utilizado como referência o padrão PBEV do Inmetro, mais exigente e menos otimista em relação aos padrões internacionais.
Apesar de ser um carro de baixo custo, o BYD Seagull já usa as famosas baterias do tipo blade (em lâminas) do tipo LIP “lithium iron phosphate”, é o mesmo sistema do BYD Dolphin, ficam localizadas embaixo do assoalho central do modelo, de acordo com a BYD são necessárias uma hora plugado tomada para ir de 20% para 80% de carga.
Esteticamente o Seagull é um carro moderno, o desenho da carroceria agrada, é moderno, esportivo, robusto e não apela para soluções de estilo polêmicas ou exageradas e, principalmente, não passam aquela impressão de se tratar de um carro feito para custar barato, como acontece com o Renault Kwid.
Entre os destaque na carroceria estão os faróis já com tecnologia Full LED, luzes de condução diurna e desenho que chega a lembrar os carros da Lamborghini, o teto alto com estilo do tipo flutuante na coluna traseira também agrada, assim como as maçanetas que ficam escondidas, praticamente embutidas dentro da carroceria. Merece elogios também o desenho futurista das lanternas traseiras, todo em LED, cortando a traseira de um lado ao outro, passando uma boa impressão de sofisticação ao modelo da BYD.
Para economizar o custo de produção, na dianteira o para-brisa possui um único limpador.
O interior do Seagull é semelhante a de outros modelos da BYD como o Dolphin e o Yuan Plus, é uma cabine de visual moderno, diferente e um tanto exótico, o interior apesar de ter excesso de plástico duro e ter acabamento mais simples em relação aos outros modelos da BYD, ainda agrada, principalmente pelo preço baixo que o carro é vendido, a qualidade no acabamento e os equipamentos superam em muito o que é encontrado nos rivais, melhor inclusive do que a maioria dos carros de entrada no mercado brasileiro, como Polo, Onix e HB20.
Um exemplo da boa qualidade no acabamento são os bancos esportivos, que chegam a lembrar o de marcas premium como Porsche e Mercedes, são revestidos em couro. Há inclusive diferentes opções de cores para os revestimentos dos bancos, portas e do volante, tudo revestido em couro sintético, tendo três opções de cores: azul marinho, azul claro e salmão. Estas cores fazem referência ao oceano, tido como inspiração para criação desta linha Ocean feita pela BYD, lembrando que o nome Seagull, quer dizer gaivota em inglês.
Destaque para a central multimídia com tela de 10 polegadas dotada de sistema elétrico de rotação, é possível utilizar na posição vertical ou horizontal, há ainda painel digital com tela de 7 polegadas e a alavanca do cambio localizada em um pequeno e quase imperceptível botão ao centro do painel, neste mesmo set de botões também estão alguns comandos de funcionamento do carro, como o ar-condicionado, mudar o modo de condução e os desembaçadores do vidro, porém para realizar funções mais especificas, somente através da tela da multimídia ou via comandos de voz.
De série todas as versões do Seagull vêm com painel digital de 7 polegadas, sistema multimídia de 10,1 polegadas, ar-condicionado digital automático, seis airbags, freio de estacionamento elétrico com acionamento por botão e função Auto Hold, partida do motor por botão e abertura das portas por aproximação, volante multifuncional com ajuste de altura e de profundidade, revestimento em couro para os bancos e volante, vidros elétricos nas quatro portas e retrovisores elétricos, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, freio a disco nas quatro rodas, controles de tração e de estabilidade, além de assistente de partidas em ladeiras.
A versão top de linha do Seagull agrega ainda itens como carregador wireless para smartphones, airbags laterais do tipo cortina, totalizando 8 airbags e rodas em liga leve aro 15.
O que mais chama atenção é o pacote de segurança do Seagull, como opcional o compacto elétrico pode vir com os itens de segurança e condução semi-autonoma presentes nos modelos mais caros da BYD, composto por frenagem frontal automática com câmera frontal, auxílio para manter o carro dentro da faixa de rolagem, alerta de saída de faixa e sistema que faz correções no volante para manter o carro na rota, além de piloto automático adaptativo ACC, itens inexistentes em todos os outros elétricos nesta faixa de preço.
O BYD Seagull 2024 é o menor e mais barato carro da recém lançada divisão Ocean da BYD, que inclui ainda os modelos Dolphin, o sedan médio Destroyer 05 o SUV Frigate 07, todos com nomes referentes ao oceano, como gaivota, golfinho ou tipos de navios milatares.
O Seagull já está confirmado para o Brasil, há inclusive algumas unidades rodando em testes no país, o lançamento acontecerá em algum momento de 2024. O BYD Dolphin, outro membro desta nova família, lançando em julho por aqui, vem fazendo um enorme sucesso, vendendo atualmente mais de 1.000 unidades por mês no Brasil, sendo hoje o elétrico mais vendido do país, superando já inclusive modelos tradicionais como Honda City, Nissan Versa e Citroën C4 Cactus.
Lembrando que a linha Ocean é formada por carros mais populares, enquanto outros modelos da BYD como o SUV Tan e o sedan Han são destinados a pessoas mais ricas, custando hoje na faixa dos R$ 500 mil, ou seja, a montadora chinesa quer atuar em todas as areas do mercado.
Fonte: Wheelsboy.net
Fotos: Price.pcauto.com.cn
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