A aposta da Citroën em vender carros mais simples e de baixo custo no Brasil parece que não está indo nada bem, o Citroën Basalt, SUV que foi lançado em outubro por interessantes R$ 89.900 até R$ 114.990 vai muito mau em vendas, em novembro emplacou apenas 912 unidades, enquanto em dezembro foram apenas 962 unidades. O modelo da Citroën ficou em uma incomoda 42ª posição no ranking brasileiro em dezembro, empatado com modelos bem mais caros como o BMW X1 (800 unidades) e Chery Tiggo 8 (1.132 unidades). Mas calma, há algumas justificativas para estes números, ainda é cedo para dizermos que o Basalt fracassou.
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Por que o Basalt ainda não agradou?
Hoje a versão de entrada do Citroën Basalt, a Feel MT, parte promocionalmente de R$ 91.900, ela vem com o modesto motor 1.0 aspirado de apenas 75 cv – o mesmo usado no Fiat Mobi. Porém, apesar do motor fraco o modelo de entrada já é bem equipado, vindo com painel digital de 7 polegadas, multimídia de 10 polegadas e um excelente espaço interno. Lembrando que esta mesma versão Feel também é oferecida com motor 1.0 turbo de 130 cv e câmbio automático CVT, por R$ 99.990.
Dois motivos para os números em vendas abaixo do esperado
Na nossa opinião, o problema do Citroën Basalt é o mesmo erro cometido pelo C3 Aircross – o seu interior. Inegavelmente o Basalt é um carro interessante visualmente e tem carroceria espaçosa, porém, assim como o C3 e C3 Aircross o modelo deixa muito a desejar em sua cabine.
Ao começar pelo visual interno que parece não conversar com o exterior moderno e bem solucionado do carro. O acabamento é exageradamente simples e nas versões mais caras não há equipamentos tecnológicos buscados pelo consumidor brasileiro, como partida do motor por botão, faróis em LED, carregador wireless para smartphones, ar condicionado dual zone, nenhuma versão do Basalt tem 6 airbags nem qualquer item do pacote ADAS. Lembrando que apesar de todo o apelo do preço baixo, estamos falando de um carro hoje com valores na casa dos R$ 100 mil.
Com exceção do painel digital de 7 polegadas de série em todas as versões e do ar-condicionado digital presente na versão mais cara. Basicamente a lista de equipamentos do Basalt é a mesma do Citroën C3 – inclusive a cabine é exatamente a mesma, chama atenção algumas economias da Citroën na cabine do modelo, como os vidros elétricos traseiros localizados no console central compartilhado entre o motorista e os passageiros, além da falta de ajuste de profundidade do volante e a falta também do banco traseiro bipartido.
Ok estamos falando de um modelo custo benefício. Mas hoje no Brasil quem pode pagar R$ 100 mil em um carro 0km, logo tem R$ 15.000 a mais para investir em um modelo mais completo e requintado, ou mesmo pode optar por comprar um carro seminovo de categoria superior. Só para termos um exemplo, na faixa dos R$ 90 mil é possível comprar um Toyota Corolla XEi 2.0 2018 que é um baita carro ou Jeep Compass Sport 2019.
Podemos dizer que infelizmente o Basalt economiza muito para custar mais barato, o que talvez o coloca em uma posição pouco interessante frente ao consumidor que prefere optar por gastar mais ou financiar um valor maior, para levar mais qualidade para casa.
Demora para produzir o Basalt também afeta as vendas…
Outro problema que justifica esta baixa nas vendas é demora na produção do modelo lá na fábrica da Citroën no Rio de Janeiro, há vários comentários no Youtube de clientes que compraram o Basalt na época de seu lançamento e estão esperando o carro ser produzido até hoje, há relatos de esperas na faixa de 60 dias para a entrega. Claro se o modelo não está sendo entregue ele não é faturado nem emplacado, portanto não entra no ranking de vendas.
C3 Aircross também não está vendendo bem
Mas o problema das vendas baixas do Basalt é que ele não está sendo entregue? Acreditamos que não. Porque o C3 Aircross (foto acima) também não está vendendo nada bem, o modelo que estreou no Brasil já faz mais de um ano, vendeu durante todo o ano de 2024 apenas 8.284 unidades, número muito baixo pelo preço que custa, o SUV aparece apenas na 44ª posição entre os mais vendidos, o C3 Aircross vende hoje menos do que modelos como o Mitsubishi Eclipse Cross ou BYD Dolphin.