A Nissan está atravessando uma das maiores crises em sua história, recentemente surgiram informações que a montadora japonesa em 2025 irá encerrar a produção de vários modelos consagrados, como o Versa, Altima e o esportivo GT-R, porém parece que esta crise financeira é muito mais séria do que parecia e a Nissan terá que tomar medidas ainda mais radicais para sobreviver.
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Nissan demitirá 9.000 funcionários
Noticias recentes que vem do Japão (terra natal da marca) afirmam que a Nissan irá demitir 9.000 funcionários em todo o mundo em 2025, além de reduzir sua produção global em 20% para se adequar as vendas baixas e reduzir as perdas com a produção.
Enquanto que nos Estados Unidos, principal mercado da Nissan no mundo, a montadora anunciou um corte de 1.000 funcionários que serão encaminhados para um programa de aposentadora voluntária, o plano é conseguir cortar até 6% do total de funcionários nos EUA.
Diminuição na produção
Além disso, a Nissan irá reduzir sua produção nos Estados Unidos em 17 % em 2025, esta diminuição na produção deve afetar a picape Frontier que é produzida na fábrica de Canton no Mississipi, sendo atualmente o modelo de maior sucesso da marca nos EUA. Outra fábrica que terá produção desacelerada é a de Smyrna, no Tennessee, onde é montado os SUVs Rogue e o Murano (foto acima). Com a produção menor a Nissan espera diminuir os gastos com hora trabalhada dos funcionários, já que os empregados destas plantas irão trabalhar menos e consequentemente receberão menos, inclusive os executivos e CEOs da marca terão seus salários cortados pela metade.
Nissan corre risco de falência?
A situação da Nissan já não é boa faz um tempo, há anos a fabricante fez uma alteração em sua parceria com a Renault devido problemas financeiros, neste novo negócio foi envolvido também a Mitsubishi, que alias também não está em situação muito boa. A Nissan anunciou uma mega venda de 149,028,300 ações da Mitsubishi, com a finalidade de levantar dinheiro para segundo eles assegurar o futuro financeiro.
Inclusive executivos da Nissan afirmam que a companhia tem recurso financeiro para sobreviver entre 12 a 14 meses apenas, se não chegar algum grande investidor âncora. A situação é tão grave, que em 2024 o lucro operacional da empresa no primeiro semestre de 2024 sofreu uma queda de 90%, ficando em apenas US$ 214 milhões, os piores números foram nos EUA, China e Japão.
Lançamentos seguem normalmente
Pelo menos por enquanto os lançamentos e projetos da Nissan seguirão normalmente, não custa lembrar que apesar da situação financeira ruim agora em 2024 a montadora lançou a nova geração do Kicks nos EUA, seu lançamento está confirmado aqui para o Brasil também agora no início de 2025. Lá nos EUA a montadora deve começar a vender agora no início de 2025 o novo Murano 2025 e já está no forno uma nova geração do modelo elétrico Leaf.
Por que a crise na Nissan?
Segundo a imprensa especializada dos Estados Unidos o motivo desta crise é a baixa nas vendas dos modelos recentes da marca, principalmente os SUVs, o motivo principal desta baixa procura é a falta de motorizações mais modernas. Por exemplo, o Novo Kicks 2025 nos EUA tem uma única opção de motor, o já ultrapassado 2.0 aspirado a gasolina de 141 cv, enquanto rivais já contam com motorização turbo ou híbridas.
No Brasil o problema se repete, de todas as montadoras grandes no mercado apenas a Nissan não conta ainda com motores turbo em seus carros. Podemos citar o caso do Nissan Sentra, um belo sedan, porém que insiste no antigo motor 2.0 aspirado de 151 cv, enquanto Versa e Kicks ainda utilizam o mesmo motor 1.6 aspirado de 110 cv / 113 cv que estreou no Brasil em 2011.
Nissan no Brasil já vende menos que a BYD
A Nissan que chegou a ser uma das montadoras mais populares do Brasil na década de 2010, tendo modelos bons de mercado como Versa, March e Livina, hoje em 2024 vive tempos bem diferentes, apenas o Kicks segue vendendo bem, sendo que dos atuais 71 mil carros vendidos pela marca no Brasil de janeiro até novembro de 2024, destes 56 mil foram exemplares do Kicks.
Hoje no Brasil a Nissan aparece apenas na 10ª posição do ranking das maiores montadoras, estando atrás de marcas recém chegadas como a BYD.