A DS, divisão de luxo da Citroën, acaba de apresentar na Europa o DS 9, o seu terceiro modelo e o primeiro sedan, ele tem porte grande, são quase 5 metros de comprimento, tem design ousado, muito luxo e tecnologia a bordo, o DS 9 quer fazer algo que os sedans franceses nunca conseguiram, roubar compradores dos alemães da BMW, Audi e Mercedes.
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Inegavelmente o DS 9 chama atenção, principalmente pelo seu design ousado e diferente, na dianteira há uma grande grade do radiador com acabamento cromado, os faróis são finos e agressivos, possuem uma sofisticada iluminação por LED com quatro pontos de luzes como se fossem diamantes, há um friso luminoso em LED para condução diurna, que desce dos faróis até a parte inferior do para-choque.
O sedan francês tem um estilo fluído nas laterais, com vincos marcantes, teto baixo e curvo, quase como um coupé, a traseira tem lanternas finas com LED e efeito 3D de profundidade, além de um contorno cromado que invadem as laterais, há duas falsas saídas de escapamento embutidas no para-choque.
Ainda falando em design, há elementos futuristas e clássicos no carro, como as maçanetas que ficam embutidas dentro da carroceria e se projetam para fora de forma automática quando o motorista se aproxima com a chave no bolso, já com um apelo mais clássico, há elementos diferentes como um friso cromado no capô, que remete os antigos carros da Citroën do começo da metade do século passado, enquanto que na traseira (foto abaixo) a DS colocou luzes de seta na coluna “C” ao lado do vidro traseiro, elas são uma referência saudosa ao primeiro sedan DS feito pela Citroën de 1955 a 1977, que tinha luzes nesta posição pouco comum.
Para cortar custos de produção o DS 9 é montado sobre a conhecida e popular plataforma EMP2, já usada por diversos carros da PSA, (Peugeot / Citroën) desde 2013, é a mesma base por exemplo de modelos como 508, 3008 e 308, além dos modelos da Citroën como C4 Picasso e C5 Aircross.
Porém, no caso do DS 9 esta plataforma EMP2 foi estendida, tanto no comprimento quanto no entre-eixos, as dimensões do DS 9 impressionam, o sedan tem 4.93 metros de comprimento, 1.85 m de largura e amplos 69 cm de abertura para as rodas. A distância entre-eixos também chama a atenção, com 2.89 metros e a altura é relativamente baixa apenas, 1.46 metros. Dimensões que conferem um amplo espaço interno, principalmente para quem for viajar no banco traseiro do DS 9.
Se por fora o DS 9 é interessante, é por dentro que o modelo francês tem sua maior qualidade, uma cabine muito estilosa, bem acabada e recheada de equipamentos.
O painel do DS9 tem design limpo, é bastante alto e reto, seu formato faz referência aos carros clássicos da década de 1950 com aqueles painéis champados. A posição de pilotagem é mais baixa do que a maioria dos sedans, o volante tem base reta, e o console central é também bastante elevado, seguindo um estilo cockpit de avião com botões inspirados nos interruptores das aeronaves, detalhes passam um apelo esportivo ao DS 9.
O acabamento surpreende no nível de detalhes, a porção central do painel é forrada em Alcantara (couro aveludado) com costuras brancas, haverá diferentes opções de temática para o interior do DS9: Bastile, Rivoli, Performance e Opera, em cada uma delas variam os tipos de materiais e tecidos usados no acabamento, assim como as cores do couro como um chamativa e exótica cabine toda na cor marrom, presente na configuração Opera (fotos acima e abaixo). Aliás, o interior do DS 9 é cheio de toques quase que artesanais, como friso e detalhes em alumínio escovado, plástico Black Piano e muito couro nobre Nappa.
No centro do painel há uma enorme tela do sistema multi-mídia com tela nada menos do de 15 polegadas, por ser grande ela abriga quase todos os botões e comandos do carro, como o ar-condicionado, ajustes dos bancos, áudio e modos de condução do veículo.
O painel de instrumentos como manda a tendência atual é 100% digital e configurável, logo acima da tela do sistema multi-mídia há um pequeno relógio analógico da marca B.R.M, este relógio é retrátil, pode ser rotacionado e escondido dentro do painel quando o motor não está ligado, e abaixo do relógio em uma posição e pouco comum e com visual bastante diferente, fica o botão que da a partida no motor (foto acima).
O volante possui comandos touch, similares ao touchpad de um notebook, o que promete facilitar a navegação pelos sistemas. Os bancos por exemplo, tem aquecimento, resfriamento e função massagem e há uma sofisticada iluminação com cor configurável e diversos pontos de LEDs espalhados pelo interior do DS 9.
Embaixo do capô o DS 9 apostará em motores plugin híbridos, inicialmente o carro chegará as lojas tendo apenas uma única opção, a E-Tense PureTech, composta por um motor a gasolina combinado com um motor elétrico, juntos eles desenvolvem 225 cv de potência, de acordo com a fabricante o DS 9 poderá rodar entre 40 a 50 km apenas usando o motor elétrico sem beber gasolina ou emitir poluentes, alias o motor elétrico é super potente, tem sozinho 110 cv de potência e 32 kgfm de torque, ele é alimentado por 11,9 kwh de baterias de lítio, o motor elétrico fica posicionado entre o motor a combustão e o câmbio, que é automático de 8 marchas, a tração é sempre dianteira.
De acordo com a DS o carro de forma automática irá escolher qual motor deve usar, sendo que nas acelerações o motor escolhido é sempre o elétrico, e em velocidades acima dos 135 km/h o motor a gasolina entra em ação, no modo híbrido o DS 9 de acordo com a necessidade pode rodar até 100% com motor elétrico, ou 100% com motor a gasolina, e a montadora promete que os passageiros não sentirão qualquer tranco ou diferença na mudanças de motores. Há ainda um modo Sport que extrai a potência máxima dos dois motores ao mesmo tempo, visando a melhor performance possível.
As baterias do DS 9 podem ser recarregadas com o carro em movimento ao usar os freios, ou plugando o carro na tomada, usando um carregador público são necessárias 1 h 30 minutos para uma carga completa.
De início haverá apenas a opção do motor E-Tense de 225 cv, porém a DS promete para breve o lançamento de versões mais potentes do DS 9, uma com 250 cv e maior autonomia para rodar com motor elétrico, e uma versão de alto desempenho com 360 cavalos de potência e tração 4×4.
Uma característica já conhecida e não muito querida dos carros da Citroën estará presente no DS 9, a confortável porém pouco confiável suspensão ativa ajustável, no caso do DS 9 é uma evolução da conhecida suspensão a ar usada pela marca no passado, ela conta com um complexo sistema que lê a condição em tempo real do piso e o comportamento do carro em movimento, fazendo assim as mudanças na suspensão em cada uma das rodas em tempo real.
O sistema é composto por uma câmera frontal com escâner, sensor de nível do solo, acelerômetro e sensores de funcionamento do motor, juntos eles captam dados e enviam para uma central eletrônica própria para a suspensão, que faz em questão de milésimos de segundo alterações nos amortecedores pneumáticos de cada roda individualmente.
Por exemplo, quando o carro entra em uma curva os amortecedores do lado oposto ao sentido da curva, ficam mais duros, e os amortecedores do lado interno a curva ficam mais baixo, visando deixar o DS 9 mais firme e fazer a curva com maior velocidade e segurança, ou quando o carro detecta um buraco ou desnível a frente, ele prepara a suspensão para absorver melhor o impacto, deixando ela mais alta e macia.
Para terminar, o DS 9 será o carro mais avançado em condução semi-autônoma no grupo PSA, ele é classificado como um carro autônomo nível 2, ou seja, graças a câmeras e sensores, é capaz de acelerar, frear e se manter dentro da estrada sozinho, cabendo ao motorista apenas supervisionar o que se passa (dependendo da legislação do país é possível até mesmo ficar sem segurar no volante, porém no Brasil e na maioria dos países, este tipo de carro semi-autônomo Nível 2, vem configurado para não permitir ao motorista tirar as mãos volante por mais de 30 segundos).
O sistema que é chamado DS DRIVE ASSIST, funciona em velocidades entre 30 km/h até 180 km/h, e para ser desligado basta o motorista segurar com firmeza a direção.
Há ainda neste pacote, recursos inovadores como visão noturna que detectar na estrada a presença de pedestres, animais e ciclistas em uma distância de até 100 metros, monitoramento do nível de atenção do motorista, faróis de LED ativos, que ajustam automaticamente sua altura sem ofuscar os outros motoristas, há nada menos do que 5 opções de luzes que são ativadas automaticamente: Estacionamento, cidade, alto estrada, campo e chuva, além de monitoramento de pontos cegos ao redor do carro, freio automático de emergência e reconhecimento de placas e sinais de transito.
Apesar da DS ser uma marca francesa e o DS 9 ter sido criado na França, a fabricante por razões comerciais optou em produzir o sedan na China e de lá exporta-lo para o resto do mundo. De início as vendas começam na China ainda no primeiro semestre de 2020, e o modelo deve chegar a Europa apenas no segundo semestre deste ano. Não há previsão de venda do DS 9 no Brasil, por aqui a marca DS que vendia o DS 3 e DS 5 se retirou em 2017 do mercado.
Lembrando que o DS 9 é apenas o terceiro carro próprio feito pela DS após ser separada da Citroën em 2013, além dele há o DS 3 CROSSBACK e o DS 7 Crossback, os outros modelos que chegaram a ser comercializados pela marca e já deixaram de ser produzidos (DS3 e DS5), eram carros Citroën rebatizados pela DS.
Com o DS 9 a PSA (grupo Peugeot / Citroën) quer finalmente conseguir brigar de igual com os rivais alemães, mais precisamente sedãs de luxo intermediários na linha destas marcas, como Mercedes Classe E, Audi A6 e BMW Série 5.
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