A Ford surpreendeu o mercado ao anunciar nesta terça-feira 19 de fevereiro, que fechará sua fabrica em São Bernardo do Campo (SP), a planta que era uma das mais antigas no Brasil (produz desde 1967), deve encerrar por completo suas atividades até o final de 2019, além disso, a Ford anunciou que sairá do mercado de caminhões na América Latina.
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Com o final das atividades da Fábrica Ford em São Bernardo do Campo, também é encerrada a produção e a venda de vários modelos no Brasil são eles: Fiesta, os utilitários comerciais F-4000 e F-350, além da linha de toda a linha de caminhões Cargo, com isso a Ford deixará de atuar no mercado de caminhões e veículos comerciais no Brasil e também em toda a América Latina.
Todos estes modelos produzidos pela Ford em São Bernardo já não vinham tendo bom desempenho no mercado, com vendas pouco expressivas, e precisavam de novidades e atualizações para permaneceram competitivos, porém melhorar estes veículos, ou lançar outros novos, demandaria um alto investimento da Ford na modernização da fábrica.
Como por exemplo, para passar a produzir por aqui a nova geração do Fiesta vendido na Europa, ou uma linha de utilitários mais modernos, como a linha F vendida nos EUA, ou ainda adequar os modelos atuais as novas legislações, segundo a montadora, estes custos de produção tornaria inviável manter um “negócio lucrativo e sustentável”.
De acordo com a Ford eles até tentaram por vários meses achar alternativas para evitar o fechamento da fábrica de São Bernardo, como fazer parcerias ou até mesmo vender a unidade de produção, porém como não foi encontrada uma solução, eles foram obrigados a fechar de vez a fábrica que opera desde 1967.
Com o fim da fábrica de São Bernardo, a principal perda deve ser com relação aos trabalhadores que ficarão desempregados, a Ford ainda não calculou o número exato de pessoas, porém segundo o site G1, atualmente a unidade de produção da Ford emprega em torno de 3 mil pessoas em diversos setores.
Apesar do fechamento da fábrica, a Ford amargará um grande prejuízo, a montadora americana terá de arcar com aproximadamente US$ 460 milhões com as despesas do fechamento, como pagamento de fornecedores, direitos dos funcionários e compensação de concessionárias, sendo que deste valor, US$ 100 milhões serão relacionados à depreciação acelerada e amortização de ativos fixos, ou seja, custo com a desvalorização dos veículos já produzidos e aos bens que não poderão ser vendidos em curto prazo, mas que ainda geram custo. A unidade não fechará de uma vez, e sim aos poucos até o final de 2019.
Tudo começou na crise americana de 2008, a Ford apesar de ter passado pela crise com as próprias pernas – a GM recebeu um grande aporte financeiro do governo e o grupo Chrysler (composto também pelas marcas Jeep/Dodge) acabou sendo vendido para a Fiat. Enquanto a Ford sobreviveu pelos seus próprios meios, porém isso afetou seriamente o lado financeiro da montadora daí em diante.
Com isso a Ford está sendo obrigada a fazer uma reestruturação global, a situação é bastante séria, uma das mais delicadas nos 104 anos de existência. Em 2017 a montadora já havia anunciado que faria mudanças em sua linha de modelos nos Estados Unidos, praticamente tirando todos seus carros de passeio de linha até 2020, Fusion, Focus, Fiesta e Taurus serão descontinuados, restando apenas o Mustang, além de quase fechar uma fábrica gigante no México, cancelando um investimento de US$ 1.6 bilhões.
Segundo a imprensa norte-americana, a filial da América do Sul da Ford e principalmente no Brasil, vem dando bastante prejuízo, as vendas da Ford no país se seguram praticamente em apenas três modelos: Ka, Ecosport e Ranger.
Nas demais categorias a montadora há tempos não vem conseguindo colocar carros competitivos no mercado, como por exemplo, o Ford Focus que já teve sua aposentadoria anunciada no Brasil e não terá uma nova geração, além do Fiesta que não acompanhou a geração lançada na Europa, tendo sofrido apenas uma atualização visual em 2018 e as vendas refletiram isso, no ano todo a hatch emplacou pouco mais de 14 mil unidades, enquanto rivais como o VW Polo emplacou próximo das 70 mil unidades. Modelos importados como Fusion, apesar de liderar sua categoria, não têm números expressivos em vendas para ajudar a situação da Ford no país, vendendo pouco mais de 4.500 unidades ao ano.
A Ford fechou 2018 como a quarta maior montadora de automóveis no Brasil, atrás da GM, VW e Fiat, detendo uma fatia de 9,17 % do mercado.
E com relação aos caminhões e veículos comerciais a coisa também não andava boa e o mercado brasileiro em crise não favoreceu, modelos como a linha F350, F4000 e os caminhões Cargo, ainda tinha certo público, porém não o suficiente para manter a produção, cada um deles teve pouco mais de 1000 unidades vendidas no ano todo em 2018, dando a Ford apenas a 4ª posição no Brasil em vendas de caminhões, com 12.2% do mercado, somando um total 9.300 unidades vendidas em 2018, de acordo com a Fenabreve.
A Ford anunciou que deve focar nas necessidades e desejos do mercado, em outras palavras a montadora globalmente deve passar a investir em SUVs e novas picapes confira abaixo as medidas que serão tomadas pela Ford:
– Redução em mais de 20% dos custos referentes ao quadro de funcionários e à estrutura administrativa em toda a América do Sul;
– Fortalecimento da linha de produtos com ênfase em SUVs e picapes;
– Expansão de parcerias globais, como a recente anunciada colaboração com a Volkswagen para o desenvolvimento de uma nova pick-up.
Com o fechamento da unidade da Ford em São Bernardo do Campo, a montadora americana, ainda permanecerá com outras três fábricas no Brasil:
Taubaté (SP): Produz apenas motor, transmissão e componentes automotivos, que são usados em seus modelos no Brasil, além de exportados para o MERCOSUL, além de mercados como México e África do Sul.
Tatuí (SP): Unidade responsável pelo desenvolvimento e montagem de novos modelos para o mercado brasileiro desde 1978, tendo um amplo campo de testes com mais 50 km de pistas.
Camaçari (BA): É uma fabrica relativamente nova, produz desde 2001 a linha Ecosport, e também o Ford Ka nas versões hatch e sedan.
A unidade da Ford em São Bernardo do Campo, São Paulo é uma das mais antigas do Brasil e faz parte da história do automóvel no país, produz carros desde 1967, quando a Ford comprou a marca Willys Overland do Brasil, de lá saíram modelos famosos como o utilitário Rural, o Jeep Willys, Galaxy, além do Corcel, Maverick, Del Rey, Pampa, Escort, a primeira geração do Ka, além da Courier, Fiesta e New Fiesta.
Em janeiro de 2001 a fábrica foi ampliada, e a Ford passou a montar por lá também a linha de caminhões e utilitários da linha F, F-350 e os caminhões leves F-4000 e F-4000 4×4, além de toda a linha Cargo – formada por 24 modelos de caminhões leves, médios, pesados e extrapesados, de 8.250 kg a 56.000 kg e diversas configurações.
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