O Citroën Basalt está chegando ao mercado brasileiro em três versões: Feel, Feel Turbo e Shine Turbo. Os preços de lançamento são bem interessantes, partem de R$ 89.990 e vão até R$ 104.990. Com isso o SUV cupê da Citroën de início ocupará uma faixa de mercado muito convidativa tendo um excelente custo benefício, ele será uma opção entre os hatchbacks comuns como Chevrolet Onix e Hyundai HB20, além de ser mais barato que outros SUVs como Fiat Pulse e Renault Kardian. Porém já adiantamos que há uma pegadinha nos preços anunciados no lançamento e a Citroën, infelizmente, cometeu os mesmos erros graves do C3 Aircross e que podem comprometer as vendas do Basalt.
Índice desta matéria
Novo Citroën Basalt Feel: R$ 89.990 (R$ 96.990 preço normal)
Novo Citroën Basalt Feel Turbo 200: R$ 96.990 (R$ 112.290 preço normal)
Novo Citroën Basalt Shine Turbo 200: R$ 104.990 (R$ 115.890 preço normal)
Novo Citroën Basalt First Edition Turbo 200: R$ 107.390 (edição especial limitada de lançamento)
Ao vermos os preços de lançamento anunciado pela Citroën, fica aquela dúvida de ser bom demais para ser verdade e, realmente é. Os valores anunciados para o Basalt agora em outubro são promocionais, apesar da Citroën não divulgar até quando eles serão praticados, é informado no site da marca que serão válidos apenas para os exemplares no estoque da fábrica.
Até ai tudo bem, todas as montadoras fazem isso, o problema é a gigante diferença que supera os R$ 10 mil entre o preço de lançamento e o preço oficial de tabela, a versão de entrada Feel 1.0 manual, anunciada por R$ 89.990, sairá na verdade por R$ 96.990, a opção intermediária divulgada no lançamento por R$ 96.990, custará na concessionária R$ 112.290, por fim a versão top de linha, que tem preço de lançamento de R$ 104.990, terá preço oficial de R$ 115.890.
Com isso, o excelente custo benefício do Basalt, apesar de ainda ser interessante, passa a não ser tão espetacular assim, devido a simplicidade exagerada do modelo que veremos a seguir.
Infelizmente a Citroën foi pelo mesmo caminho adotado com o C3 Aircross, é um carro com desenho bonito e chamativo, porém que peca por não entregar um pouco mais ao consumidor.
O conjunto frontal do Basalt é praticamente o mesmo do C3 Aircross, mudando apenas o desenho da grade e do para-choque, que tem uma proposta mais agressiva aqui. Infelizmente, assim como no C3 Aircross, os faróis principais usam lâmpadas comuns halógenas, há LED apenas nas luzes diurnas DRL e nas setas.
É triste saber que o Basalt brasileiro foi simplificado, já que na Índia este mesmo modelo a partir das versões automáticas já tem de série faróis Full LED com projetor (foto acima), que além de iluminarem muito mais, deixam o Basalt com um aspecto muito mais interessante.
O para-brisa e as portas dianteiras são exatamente os mesmos do C3 Aircross, a personalidade do Basalt começa a partir da porta traseira em diante, o teto tem desenho curvo e caimento suavizado que vai até o final da tampa do porta malas.
A proposta de carroceria do Basalt é interessante, tem personalidade própria e quebra o padrão que estamos acostumados a ver nos modelos atuais e isso certamente vai contar pontos para este SUV no mercado.
Na traseira, as lanternas são grandes e invadem as laterais, elas lembram as do C3 e também usam lâmpadas comuns. Ao contrário de outros SUVs a tampa o porta malas do Basalt tem uma projeção para fora, dependente do ângulo que se vê o modelo passa a impressão de se tratar de um sedan crescido. Um detalhe legal é que o vidro traseiro abre junto com o porta malas, facilitando bastante o acesso ao compartimento.
Porém a simplicidade, que é necessária para custar barato, acaba sendo um pecado e prejudica o apelo visual do Basalt. Todas as versões têm rodas aro 16, que pelo porte grande do modelo acabam ficando pequenas demais, não combinando com a proposta teórica de coupé esportivo, outro ponto são as inúmeras partes sem pintura na carroceria, além dos faróis e lanternas com lâmpadas comuns ao invés de LED, o Fiat Pulse que parte de R$ 105.990 já vem com faróis Full LED de série.
O interior do Basalt, infelizmente, também entrega que este é um carro feito para custar barato, assim como o C3 Aircross, podemos dizer que a cabine é o ponto mais crítico deste modelo, trata-se de um interior digno de modelo popular e que exagera na simplicidade.
O painel é exatamente o mesmo do C3 e C3 Aircross. Apesar da Citroën ter tentado melhorar as coisas no Basalt, instalando um inédito painel 100% digital configurável de 7 polegadas e melhorando a qualidade dos revestimentos dos bancos, há ainda pontos de economia que chegam a ser irritantes.
Assim como no C3, os botões de acionamento dos vidros traseiros do Basalt são localizados no console central entre os bancos dianteiros, não há botões de acionamento nas portas traseiras. A Citroën quis economizar dois botões e fiação, já que na porta do motorista só há botão de acionamento para os vidros dianteiros, os botões traseiros no console são compartilhados entre o motorista e os passageiros que viajam na traseira, operação que é bastante complicada quando se esta com 3 pessoas no banco traseiro, já que os botões ficam no meio das pernas de quem esta no meio.
As forrações das portas com plástico duro também decepcionam. Para piorar ainda mais, saiba que na Índia o mesmo Citroën Basalt tem recursos como ar-condicionado com saída para o banco traseiro, revestimentos internos em dois tons, descansa braço central no banco traseiro e por lá os vidros traseiros têm acionamento com botões nas portas, nada de botão compartilhado entre motorista e passageiros como aqui no Brasil.
Se você ainda não se irritou, saiba que a Citroën vai vender o Basalt no Brasil apenas com 4 airbags, enquanto na Índia todas as versões já tem 6 airbags de série, ou seja, para baixar o preço os airbags do tipo cortina – que protegem os passageiros traseiros em caso de colisão laterais foram retirados no Brasil.
Com relação a lista de equipamentos não há muito o que comentarmos, com exceção do painel digital de 7 polegadas configurável e da central multimídia com tela de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, que virão de série em toda as versões, além do ar-condicionado digital automático na versão top de linha, o Basalt tem uma lista de equipamentos bastante modesta, ele tem praticamente os mesmos itens do hatcback C3, que é um carro de entrada.
Todas as versões vem com ar-condicionado, direção elétrica com regulagem de altura, seis alto falantes, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos, três entradas USB, alarme, câmera de ré, chave com controle remoto, rodas aro 16 em liga leve e câmera de ré, basicamente é isso.
Não espere itens como partida por botão, ajustes elétrico dos bancos, freio de estacionamento elétrico, tão pouco itens de segurança mais avançados como o pacote ADAS. A proposta aqui claramente é outra.
Na parte mecânica não há novidades, o Citroën Basalt mais barato vem com o conhecido e confiável motor 1.0 Firefly flex, 3 cilindros, aspirado, que desenvolve 71 cv com gasolina ou 75 cv com etanol, para um torque de 10 kgfm com gasolina ou 10,5 kgfm com etanol, combinado com câmbio manual de cinco marchas, é o mesmo motor usado no C3 e também no Fiat Argo e Fiat Mobi.
Já as versões mais caras, Feel Turbo e Shine, usam o moderno motor 1.0 turbo Fire T200 que desenvolve bons 130 cv com etanol (125 cv com gasolina) para um torque de 20,4 kgfm independente do combustível usado, o câmbio do motor turbo é automático CVT que simula até 7 velocidades.
Apesar de ser um carro grande (pesa 1200 kg) o consumo, do Basalt agrada, ficando no mesmo patamar do C3, fazendo até 14,6 km/l na estrada na versão manual aspirada ou 13,7 km/l na versão turbo automática. Confira abaixo:
Urbano: 13,0 km/l (gasolina) / 9,3 km/l (etanol)
Estrada: 14,6 km/l (gasolina) / 10,2 km/l (etanol)
Urbano: 11,9 km/l (gasolina) / 8,3 km/l (etanol)
Estrada: 13,7 km/l (gasolina) / 9,6 km/l (etanol)
Assim como seus irmãos de plataforma, as dimensões do Citroën Basalt também agradam bastante, o carro mede 4,34 m de comprimento e tem distância entre eixos de 2,64 metros, comparado com o Fiat Pulse por exemplo, o Basalt da um show, são nada menos do que 25 cm a mais no comprimento e 11 cm a mais na distância entre eixos, ou seja, o espaço interno aqui é muito maior, podemos dizer que em tamanho o Basalt se assemelha a SUVs compactos como VW T-Cross, Hyundai Creta.
O porta malas do Citroën Basalt também é um show a parte, são 490 litros, supera praticamente todos os demais SUVs compactos do Brasil, perdendo apenas para o Fiat Fastback que tem 590 litros, o VW T-Cross por exemplo, tem porta malas de 420 litros e o Chevrolet Tracker 390 litros.
Vale a pena comprar um Basalt? Acreditamos que agora no lançamento por estes preços vale sim ! A versão top de linha Shine Turbo por R$ 104.990 tem um ótimo custo benefício. Porém com os valores normais a resposta é não. Apesar do interessante preço promocional, o desenho bonito e diferenciado, o motor turbo com potentes 130 cv, o Citroën Basalt corre o sério risco de ir pelo mesmo caminho do seu irmão C3 Aircross que está encalhando nas revendas, o Basalt tem os mesmos problemas do C3 Aircross, o interior simples e a falta de uma lista de equipamentos mais moderna.
Afinal, quem hoje no Brasil paga R$ 116.000 em um Basalt ou um C3 Aircross, não deve ter problemas em pagar R$ 10 mil a mais e levar um carro mais completo, melhor acabado e com mais tecnologia, como o próprio Fiat Pulse, Renault Kardian ou VW Nivus.
Isso é perceptível nas vendas do próprio C3 Aircross, que apesar de ser o SUV mais barato da categoria, vende hoje muito menos que rivais que custam muito mais caro. O Aircross vendeu de janeiro até setembro de 2024 apenas 6.445 unidades, enquanto o VW T-Cross emplacou mais de 55 mil, o Chevrolet Tracker 47.830. Até mesmo SUVs que hoje superam os R$ 300 mil, como o Toyota SW4 e o Jeep Commander, vendem hoje praticamente o dobro que o SUV mais barato da Citroën, a SW4 emplacou mais de 12 mil unidades e Commander 11.900. Ou seja, preço barato não quer dizer que o público vai comprar.
Lista de itens de série e opcionais
Citroën Basalt Feel – R$ 89.990 (preço normal R$ 99.990)
– Motor 1.0 Firefly 75 cv e câmbio manual de cinco marchas
– Painel digital colorido de 7” customizável
– Airbags laterais dianteiros
– Citroën Connect Touchscreen de 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio com comandos no volante
– Câmera de ré
– Três entradas USB
– Luzes de condução diurna (DRL) com leds
– Seis alto-falantes
– Ar-condicionado
– Banco do motorista e volante com regulagem de altura
– Vidros dianteiros e traseiros elétricos com função one touch
– Rodas de 16” de liga-leve com pneus 205/60
– Travas elétricas com acionamento por telecomando da chave canivete
– Alarme
– Bocal do combustível com destravamento elétrico
Citroën Basalt Feel Turbo 200 – R$ 96.990 (preço normal R$ 104.990)
Todos os itens da versão Feel mais:
– Motor Turbo 200 de até 130 cv
– Câmbio automático CVT com três modos de condução
Citroën Basalt Shine Turbo 200 – R$ 104.990 (preço normal R$ 115.390)
Todos os itens da versão Feel Turbo 200 mais:
– Ar-condicionado digital
– Sensor de estacionamento traseiro
– Rodas de liga-leve de 16” diamantadas
– Faróis de neblina
– Limitador e controlador de velocidade
– Bancos e volante com revestimento premium
– Encostos de cabeça traseiros laterais com abas de apoio
– Skidplate dianteiro e traseiro
Opcional:
– Pintura bitom com teto Perla Nera
Citroën Basalt First Edition – R$ 107.390 (série limitada de lançamento)
Todos os itens da versão Shine Turbo 200 mais:
– Logotipos First Edition
– Faixa preta entre as lanternas
– Pintura Branco Nacré Perolizada (exclusiva)
– Rodas de liga-leve de 16” escurecidas
– Soleiras metalizadas
– Pedaleiras exclusivas
– Tapetes exclusivos
– Pintura bitom com teto Perla Nera
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