O mercado de carros elétricos no Brasil acaba de ganhar um novo integrante, a Renault está lançando de forma oficial no país o crossover Megane E-Tech, com visual futurista e muito bem equipado, o mdelo chega com preço de R$ 279.900 e pode rodar até 337 km com uma carga completa, de acordo com o padrão Inmetro. O modelo da Renault apesar de muito bonito e inovador, fica no meio termo, tem erros que podem pesar na decisão ou não de compra-lo, na verdade o problema é o preço. Vamos conhecer e entender.
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Lançado na Europa no último ano, o Renault Megane E-Tech 2024 virtualmente substituiu o antigo e clássico Megane na Europa (vendido no Brasil durante algum tempo), este modelo elétrico esta sendo considerado um dos melhores carros deste tipo no Velho Continente e representa os planos ambiciosos da Renault no campo da eletrificação, já que a montadora francesa planeja vender apenas veículos movidos a eletricidade em breve.
O Megane E-Tech é apenas o primeiro membro desta nova família plugada na tomada, que em 2024 ganhará ainda os SUVs Rafale e Scenic E-Tech, todos feitos sobre esta nova plataforma,que é própria para carros elétricos, batizada de CMF-EV .
Até 2025, a Renault promete dois outros modelos elétricos no Brasil, a expectativa é de que um deles seja o Renault 5, compacto elétrico que foi fotografado essa semana em testes com sua carroceria definitiva e será apresentado em 2024.
Apesar das formas da carroceria passarem a impressão do modelo ser grande e imponente, ele não é. O Megane E-Tech é compacto, mede apenas 4,20 m de comprimento e tem distância entre-eixos de 2,68 metros, praticamente as mesmas medida do VW T-Cross.
Porém, graças a nova plataforma feita exclusivamente para carros elétricos, o espaço interno é, de certa forma, bem aproveitado principalmente no porta malas que segundo a Renault acomoda até 440 litros.
Mas como assim, se o carro tem o tamanho do T-Cross, como é possível ter um porta malas maior que o Jeep Compass? O segredo é que como não há tanque de combustível o porta-malas do Megane é muito profundo, há inclusive um compartimento próprio para armazenar o cabo de carregamento (repare na foto abaixo).
Porém a altura do Megane é baixa, apenas 1.50 m (10 cm mais baixo que o VW T-Cross), ai não tem milagre. O teto baixo cria desconforto para os passageiros mais altos no banco de trás, pessoas com mais de 1.80 metro provavelmente vão raspar a cabeça no teto. E como a carroceria não é grande, não há escapatória, vão também raspar os joelhos nos bancos dianteiros também.
Importante falar que o rival BYD Yuan que custa R$ 269.990 é de uma categoria superior em tamanho, sendo 25 cm mais comprido e tem distância entre-eixos 4 cm mais ampla e, apesar de ter porta malas menor, com apenas 312 litros, o espaço interno no rival chinês é muito maior em relação ao Renault que custa R$ 10.000 mais caro.
No Brasil, o Megane E-Tech 2024 terá uma ampla gama de rivais eletrificados na faixa dos R$ 250.000 até R$ 300.000, entre eles os híbridos Kia Niro e o bom de venda Haval H6, além dos recém lançados 100% elétricos Volvo EX30 e BYD Yuan Plus, apesar da concorrencia forte, a Renault está confiante na capacidade do seu modelo para fazer sucesso por aqui. O Megane E-Tech foi projetado para ser um crossover familiar, que oferece conforto, tecnologia e um estilo único, alías o apelo visual e o emocional deve ser o grande chamariz do novo Megane E-Tech no Brasil.
O Megane E-Tech pesa 1680 kg, apesar de não ser leve para um carro de apenas 4,20 m, é um peso baixo para um carro elétrico que é recheado de baterias no assoalho, mesmo assim seu peso é similar ao do Jeep Compass, o segredo dessa “levesa” é que várias partes da plataforma e carroceria como a tampa do porta-malas e na estrutura das baterias são feitos em alumínio.
Um detalhes curioso é que as baterias do Megane E Tech, assim como o motor elétrico em si, contam com um moderno e curioso sistema de refrigeração à líquido, com óleo refrigerado por água, o que garante que o carro funcione perfeitamente tanto no calor quanto no frio. Ah, no frio este sistema é capaz de fazer o processo inverso, e aquecer as baterias.
Segundo dados de fábrica, o Megane E-Tech vai de 0 a 100 km/h em 7.4 segundos, podemos dizer que é uma marca ok. É a mesma aceleração do elétrico BYD Yuan (7,3 s), ou se preferir, é praticamente o mesmo desempenho de um Fiat Pulse Abarth (7,6 s). Porém, não é algo surpreendente, já que o modelo elétrico francês fica bem atrás do elétrico Volvo EX30, que custa mais barato que o Renault, porém é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 5.7 segundos, contando com uma variante esportiva 4×4 (que chegará ao Brasil no próximo ano) capaz de cumpri esta prova em impressioanantes 3.4 segundos.
O Megane E-Tech é equipado com uma bateria de 60 KWh, posicionada sobre o assoalho central e um motor elétrico posicionado no eixo dianteiro que gera 220 CV de potência e 30.6 kgfm de torque. Mais uma vez comparando com os rivais, o BYD Yuan é mais fraco, tem somente 204 cv e bateria também de 60 kWh, enquanto o Volvo EX30, por R$ 264.000 entrega uma bateria maior com 69 kWh e um motor elétrico muito mais potente, com 275 cv.
Só lembrando que não há câmbio, apenas uma marcha a frente e outra para tras.
Disponível no Brasil em versão única, o Megane E-Tech tem autonomia para rodar 337 km de acordo com o padrão PBEV do INMETRO, que tem base um circuito misto brasileiro (estrada/cidade) e é considerado mais rigoroso do que usado em outros países, como o ciclo WLTP europeu. Neste mesmo padrão PBEV, o rival BYD Yuan roda bem menos, 294 km, porém o Volvo EX30 alcança os 470 km com uma carga, são 130 km a mais que o Renault.
De acordo com a Renault, rodando apenas na cidade, o Megane E-Tech pode rodar até 495 km, novamente lembrando que isso pode acontecer apenas dentro da cidade, já que nos trechos urbanos o consumo é muito menor comparado ao rodoviário, devido ao uso maior dos freios. Assim como em todo carro elétrico, as baterias do Megane são recarregadas também reaproveitando a energia gerada pelos discos nas frenagens.
Por dentro, o Megane E-Tech impressiona pelo visual também, traz a nova arquitetura que deve virar padrão nos carros da Renault na Europa, o desenho do painel é atraente e minimalista – praticamente não há botões físicos nem mesmo alavanca de câmbio (a marcha é engatada através de uma chave atrás do volante). A central multimídia tem 9 polegadas (foto abaixo), é levemetente voltada ao motorista e “powered by” um potente processador Snapdragon octa core de ultima geração, a tela tem imagem em alta resolução (1250 x 834) e fica integrada em uma moldura única com o painel de instrumentos digital configurável que tem 12.3 polegadas e três tipos de visualização com resolução ainda mais alta 1920 x 720.
Destaque ainda para a iluminação interna em LED que varia de acordo com a hora do dia ou o humor do motorista, segundo a Renault, a sequencia de iluminação foi pensada para acompanhar o ritmo cardiáco, pulsando e mudando de cor a cada 30 minutos, sendo que durante o dia é aplicada cores mais frias, enquanto a noite o carro usa cores mais quentes na iluminação, ou é possível escolher entre 48 opções de cores, através da tela da central multimídia.
A cabine assim como a proposta do modelo no Brasil também tem erros e acertos, o painel além de moderno é todo forrado em tecido, parte do tecido usado nos revestimentos, inclusive nos bancos, é feito de garrafas Pet recicladas, o que é bem legal já que este é um carro com uma proposta ecológica. As portas dianteiras contam com faixa em camurça e um friso metálico com LED na parte superior, porém isso apenas na dianteira, e é aqui que começam os pontos polêmicos do interior do Renault elétrico.
Há muito plastico duro à bordo e, não há sequer tecido nas forrações das portas, algo que realmente não da pra entender, novamente tendo em consideração toda a parte ecológica e minimalista do projeto, mas afinal estamos falando de um carro que a Renault está pedindo R$ 280 mil no Brasil e não de um Kwid de R$ 70.000.
Podemos dizer que é uma cabine muito legal pelo design, porém que fica devendo em muito com relação a luxo e acabamento. Os bancos apesar de terem revestimentos ecológicos, são forrados em tecido ao invés de couro e não têm sequer ajustes elétricos, não há descansa braço nem porta copos para quem viaja no banco traseiro, 0utra falta importante devido ao preço salgado que a Renault está cobrando no Brasil, é a ausencia de um teto solar. São detalhes que podem não agradar a um público mais exigente.
Ah, e para complicar ainda mais a vida do Renault no mercado, os rivais BYD Yuan e o Volvo EX30 tem teto panorâmico em vidro que vai até o banco traseiro cobrando o mesmo preço do Megane.
Como as montadoras adoram tratar bem o consumidor brasileiro, é importante reforçar que o Megane E-Tech trazido ao Brasil, apesar de custar R$ 280.000, não é a versão top de linha, existe na Europa a versão Iconic dotada de um acabamenento muito melhor, mais luxoso, com revestimentos em couro no painel e nos bancos, além de mais equipada, vindo com bancos dianteiros elétricos com aquecimento e refrigeração, sistema multimídia com tela maior com 12 polegadas posicionada em pé no painel, serviços do Google por voz e conectividade remota, além de sistema de som premium da Harman Kardon. Externamente a opção mais cara disponibilizada na Europa tem rodas aro 20, enquanto o modelo vendido no Brasil tem rodas aro 18.
Apesar do acabamento ficar devendo, a lista de equipamentos de série é bem extensa e inclui itens como sete airbags, frenagem de emergencia automatica com detecção de pedestres e ciclistas, assistente de manutenção em faixa que funciona entre 60 km/h até 160 km/h, capaz é capaz de manter uma distância segura do veículo na faixa ao lado na hora da fazer ultrapassagens, há ainda câmera no retrovisor central e piloto automático adaptativo ACC com função “stop&go” – capaz de seguir o carro da frente no anda e para do transito, câmera frontal, traseira e nas laterais – porém não tem função 360 graus. Há alerta de trafego cruzado traseiro com frenagem automática na hora de dar marcha ré caso surga algum pedestre por exemplo cruzando a traseira do carro, há ainda monitoramento de pontos cegos, reconhecimento de placas e sinais de velocidade com alerta de excesso de velocidade, além de rodas de liga leve aro 18.
Há ainda farois full-LED adapatativos que se ajustam de acordo com a luminosidade do ambiente, ar condicionado digital com duas zonas de temperatura e saída para o banco traseiro, retrovisores elétricos com aquecimento e sistema de rebatimento, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, quatro modos de condução: ECO, Sport, Comfort e um modo chamado Perso, na qual o motorista configura tudo ao seu gosto, sensor de chuva e de acendimento dos faróis, ajuste de profundidade e de altura para o volante, além da chave presencial do tipo cartão com partida do motor por botão e sistema de boas vindas ao se aproximar do carro.
O Megane E-Tech tem ainda várias tecnologias interessantes como um alerta sonoro para a presença de veículos ou ciclistas na hora de abrir as portas, além de um alerta sonoro, configurável que emite um som externo para alertar a presença do carro elétrico para os pedestres, este som pode ser configurado em três níveis: Neutro, Puro, Expressivo.
O Renault Megane E-Tech já conta com a nova geração de carregamento, ou seja, aceita carregamento em corrente direta DC (suportando carga rápida de até 130 kW), neste caso são necessárias apenas 36 minutos para ir de 15% até 80% da carga, ou usando um Wallbox de 22 KW são necessárias 1h50.
Claro que o modelo também suporta carga normal AC (mais fraca), podendo ser plugando em uma tomada doméstica de 110 v ou 220 v, porém neste caso o tempo de recarga é muito maior, sendo necessário deixar o modelo a noite toda na tomada.
Inegavelmente o Megane E-Tech é um carro interessante, tem visual estiloso e diferente, certamente deve chamar atenção nas ruas, porém, fato é que é caro demais pelo que oferece. Pelo que a Renault está pedindo o modelo fica devendo aquele algo a mais para fazer sucesso. A real é que parece que a montadora se empolgou com seu produto ao ponto de esquecer que o mercado de elétricos no Brasil hoje já está super competitivo.
O elétrico Volvo EX30 parte de R$ 219.990, sua versão top de linha sai pelo mesmos R$ 279.990 do Megane, mas entrega desempenho, autonomia em níveis muito superior ao Renault, enquanto o também elétrico BYD Yuan, apesar de ser menos potente e andar menos, é maior e mais equipado, além de custa mais barato R$ 269.990, entregando maior espaço interno, mais equipamentos e requintes a bordo. Por R$ 269.000 é possível também levar o super híbrido plugin da Great Wall Motors, o Haval H6, que esnoba com seus quase 400 cv de potência, roda 170 km com o motor elétrico, tendo autonomia para superar os 1000 km quando utilizado também o motor a gasolina, além de ser super equipado e muito maior.
Uma possível redução de preço, talvez para a casa dos R$ 230.000 ou R$ 240.000, já deixaria o crossover elétrico da Renault muito mais interessante.
O Megane E-Tech 2024 é só o primeiro de uma safra de lançamento que a Renault vai ter no Brasil nos próximos dois anos anos a lista inclui de carros populares como o Renault Kardian que chega agora em outubro para concorrer com o Fiat Pulse e VW Nivus, até carros mais caros, como o Renult Bigster, um SUV de 7 lugares que vai ser adversário do Jeep Commander e deve estrear em 2025. Também é esperado dois outros modelos elétricos, provavelmente o Renault 5 e a nova geração da Renault Master, ambos os carros ainda não foram apresentados, estão rodando em testes na Europa.
Fonte e maiores informações: Imprensa Renault Brasil
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