Voyage G5 2008 2012
Está pensando em comprar um Volkswagen Voyage de 2008 até 2012? Neste guia de compra você saberá detalhes sobre cada versão do Voyage G5, equipamentos, motores, consumo, dicas na hora da compra, pontos positivos e negativos, falaremos também sobre o polêmico motor 1.0 VHT, detalhes que devem ajudar você na hora da compra do Voyage.
Índice desta matéria
Em outubro de 2008 a Volkswagen lançava no Brasil a segunda geração do Voyage, na época o modelo rivalizava com sedans compactos populares como Fiat Siena, Renault Logan e Chevrolet Prisma. Importante falar aqui que o Voyage 2008 já chegou como modelo 2009.
Portanto oficialmente não existe Voyage 2008, apesar da produção lá em Taubaté ter começado em setembro de 2008, eles chegaram as lojas já como modelo 2009, inclusive na Tabela FIPE não há Voyage 2008.
Ausente do mercado desde 1995 o Voyage de 2008 foi baseado na quinta geração do Gol, por isso esta geração acabou sendo apelidada de Voyage G5 assim como o Gol G5 na época, passando também a acompanhar as mudanças sofridas do hatch, exemplo: Voyage G6 (2013) e G7 (2016).
O Voyage G5 chegou trazendo um projeto completamente novo, tinha na época acabamento interno em um nível superior aos rivais, espaço interno razoável porém com um amplo porta malas de 480 litros, um dos maiores da categoria até os dias atuais, só para efeito de comparação o porta-malas do Voyage é maior do que do Toyota Corolla atual.
Eram de início apenas 4 versões do Voyage 2009: 1.0, 1.6, 1.6 Trend e Comfortline. Os preços na época de seu lançamento em outubro de 2008 eram bastante atrativos, partiam de R$ 30.990 indo até R$ 42.900. Em 2009 o sedan ganhou a opção do câmbio automatizado i-Motion (falaremos mais sobre ele abaixo).
Em junho de 2010 a Volkswagen lançava o Voyage 2010/2011, entre as diferenças em relação ao modelo de 2009, a versão Trend passou a ser ofertada também com motor 1.0, há um novo volante e novos revestimentos nos tecidos dos bancos e das portas, além de detalhes prateados no acabamento interno, novas calotas e rodas em liga leve.
De 2010 até 2012 as versões do Voyage ficaram assim: 1.0, 1.0 Trend, 1.6, 1.6 Trend, 1.6 i-Motion, Comfortline e Comfortline i-Motion.
O Voyage 2009 até 2012 tinha duas opções de motores, o robusto 1.6 8v flex que rendia 101 cv com gasolina ou 105 cv com etanol, enquanto as versões mais acessíveis “1.0” e “1.0 Trend” vinham com o polêmico 1.0 8v VHT flex, que entregava 72 cv com gasolina ou 76 cv etanol – falaremos mais sobre o motor 1.0 mais abaixo.
A maioria das versões do Volkswagen Voyage G5 usam câmbio manual de cinco marchas, porém em outubro de 2009 a Volkswagen colocou no mercado o polêmico câmbio automatizado i-Motion (trata-se de um câmbio manual com um robô fabricado pela Magneti Marelli que fazia as trocas de forma automática), na época esta transmissão inovadora prometia o conforto de uma transmissão automática custando pouca coisa a mais em relação ao câmbio manual.
Na pratica, problemas com a durabilidade do conjunto (robô) e manutenção mais cara em relação ao câmbio manual, criaram um certo medo e preconceito por parte do consumidor, não só no caso do Voyage, mas também de modelos de outras marcas com este mesmo tipo de transmissão, mesmo assim o câmbio i-Motion ficou um bom tempo na linha Volkswagen, foi descontinuado apenas em 2017 no Voyage e hoje não é muito bem visto no mercado de usados.
É difícil dizer se vale ou não apena comprar um Voyage i-Motion, fato é que existem realmente os dois lados da moeda, há relatos de donos que estão com o carro há anos sem nenhum problema, porém há também inúmeros relatos na internet de donos que ficaram a pé devido ao câmbio automatizado.
Vamos comentar sobre o grande problema do Voyage G5 1.0, o polêmico motor 1.0 VHT EA111. Houve realmente inúmeros relatos na época de motores novos com 10.000 ou 20.000 km com problemas graves de lubrificação, desgastes prematuros e até mesmo quebra total do motor.
Basta fazer uma pesquisa breve no Google por termos como “problemas motor Voyage 1.0” ou “problema motor VHT 1.0“, você verá uma enxurrada de relatos ruins e até assustadores sobre este motor da Volkswagen, que inegavelmente tem fama ruim.
Mas afinal o que aconteceu? Oficialmente a Volkswagen afirmou na época que o problema foi o óleo com especificação errada que foi recomendado. Tanto o Gol, Voyage e Fox 1.0 (2008 a 2012) tinham recomendação do óleo 5w30 em uma determinada especificação (SAE), porém com o uso do etanol o óleo de fábrica acabava não conseguindo fazer a lubrificação correta após a partida com o motor frio, em marcha lenta, ou em arrancadas ao sair de um semáforo por exemplo, havia um ruído característico, uma espécie de rajada que era um alerta que as coisas não estavam legal dentro do bloco.
Após vários relatos de problemas e mais de 300 mil motores 1.0 VHT produzidos, a Volkswagen se viu em um baita problema, mesmo assim se negaram a fazer um recall nos motores (o que custaria milhões). Na época a montadora deu ordem para mudar a especificação do óleo nas revisões feitas nas concessionárias e nos carros fabricados a partir da segunda metade de 2010, além disso, aumentaram a garantia do motor VHT para 3 anos.
O problema maior dos motores EA111 estavam nas primeiras unidades produzidas entre 2008 até o início de 2010, da segunda metade de 2010 em diante os motores já saiam de fábrica com o óleo correto, porém mesmo assim, apesar de mais raros há casos de modelos 2010 e 2011 com problemas, esse fantasma só foi corrigido no Voyage G6 de 2013, que passou a usar um novo motor chamado de TEC.
Em 2008, os carros brasileiros eram muito mais básicos em relação aos modelos atuais, caso o consumidor quisesse luxos como direção hidráulica e ar-condicionado teria que pagar a mais por isso e com o Voyage a história não era diferente.
As versões básicas do sedan da Volkswagen (1.0 e 1.6) vinham praticamente peladas de fábrica, alias recomendamos até evitá-las pela falta de conforto e simplicidade extrema na cabine, inclusive no acabamento – não há sequer conta-giros, além da desvalorização e a dificuldade maior de revenda (é difícil revender hoje um carro sem direção hidráulica e ar-condicionado).
De série no Voyage 1.0 e 1.6 há banco do motorista com regulagem de altura, cinto de segurança com ajuste de altura nos bancos dianteiros, desembaçador do vidro traseiro e porta malas com botão interno no painel para abertura da tampa, além de rodas aro 14 em aço com pneus 175/70 e calotas, e era só isso.
A versão Trend 1.0 acrescentava detalhes externos como retrovisores e maçanetas pintados na cor do veículo, frisos laterais, adesivo preto na coluna central, conta-giros, relógio no painel, portas com revestimento em tecido combinando com os bancos, porta-objetos nas laterais dos bancos dianteiros, chave tipo canivete, antena no teto, alças de segurança no teto, lanterna traseira fumê e brake light (terceira luz de freio acima do porta malas).
A Trend 1.6 trazia os mesmos itens da Trend 1.0, tendo como diferencial a direção hidráulica de série.
Para você entender o quanto o modelo era básico em termos de equipamentos na época, mesmo a versão top de linha Comfortline 1.6 não havia ar-condicionado de série (a maioria dos compradores optava por este item opcional).
A Comfortline se diferenciava das demais versões pelas rodas maiores aro 15 em aço, rádio com CD, MP3 e entrada USB, seis alto falantes, vidros elétricos nas portas dianteiras, travas elétricas, faróis de neblina, chave com controle remoto, direção hidráulica com ajuste de altura e profundidade, além de detalhes cromados na parte inferior da grade frontal e nos frisos laterais, há ainda um pequeno spoiler na tampa do porta malas.
Em todas as versões, o comprador poderia na época adquirir como opcionais ar-condicionado, rádio com CD Player, MP3 Bluetooth, entrada AUX e USB, vidros elétricos traseiros, espelhos elétricos com repetidores de seta. Além de itens raros na categoria na época como computador de bordo (i-System), airbag duplo e freios com ABS. Sendo que algumas unidades da versão top de linha Comfortline ainda vem com volante multi-funcional e banco traseiro bipartido.
Um dos pontos positivos do Voyage é o seu baixo consumo de combustível, tanto a versão 1.0 quanto a 1.6 são muito econômicas.
O Voyage G5 1.0 faz com etanol em torno de 8 km/l na cidade, alcançando 13 km/l na estrada. Enquanto que com gasolina na cidade o Voyage 1.0 roda em torno de 10 km/l, alcançando impressionantes 17 km/l na estrada, na época a Volkswagen divulgava que o 1.0 fazia até 18.8 km/l, o que é um tanto exagerado.
Apesar de ter desempenho muito superior ao 1.0, o Voyage 1.6 tem também um bom consumo de combustível, faz com etanol em torno de 7.5 km/l na cidade e 12.4 km/l na estrada, enquanto que com gasolina os números são de 10 km/l na cidade e 17 km/l na estrada, vale comentar que o motor 1.6 consegue ter praticamente o mesmo consumo do 1.0 na estrada devido ao fato de rodar em um regime mais baixo, apesar de ter maior potência.
(valores pesquisados em abril 2023)
Voyage 1.0 2009 – R$ 24.190
Voyage 1.6 2009 – R$ 27.280
Voyage 1.6 Comfortline 2009- R$ 29.570
Voyage 1.0 2010 – R$ 26.370
Voyage 1.6 2010 – R$ 27.970
Voyage 1.6 i-Motion 2010 – R$ 29.550
Voyage 1.6 Comfortline 2010 – R$ 30.690
Voyage 1.6 Comfortline i-Motion 2010 – R$ 30.800
Voyage 1.0 2011 – R$ 28.060
Voyage 1.6 2011 – R$ 30.990
Voyage 1.6 i-Motion 2010 – R$ 31.200
Voyage 1.6 Comfortline 2011 – R$ 33.350
Voyage 1.6 Comfortline i-Motion 2011 – R$ 33.700
Voyage 1.0 2012 – R$ 30.000
Voyage 1.6 2012 – R$ 32.125
Voyage 1.6 i-Motion 2012 – R$ 32.550
Voyage 1.6 Comfortline 2012 – R$ 34.470
Voyage 1.6 Comfortline i-Motion 2012 – R$ 35.880
Atualmente o Voyage G5, apesar da desconfiança do motor 1.0 VHT é sim uma excelente opção para quem quer comprar seu primeiro carro, e quer algo além dos compactos populares como Celta, Ka, Palio, Gol e Uno.
Hoje, abril de 2023, é possível comprar um Voyage G5 1.0 ano 2010/2011 em bom estado por cerca de R$ 27.000. Um preço realmente interessante.
Caso você possa gastar um pouco mais, por R$ 33.000 você poderá levar um Voyage Comfortline 2011/2012 já com o confiável motor 1.6 e completo de equipamentos. Ou caso a grana realmente esteja curta, por R$ 24.000 você já encontra um Voyage G5 1.0 2009.
Por esta faixa de preço (entre R$ 25.000 até R$ 35.000) o Voyage se diferencia bastante, entrega um bom espaço interno, interior com bom nível de acabamento, porta malas grande com 480 litros e tem um estilo bonito, que envelheceu bem apesar da idade avançada, mesmo após 13 anos de seu lançamento o Voyage ainda é um sedan com estilo sóbrio, bonito e elegante, principalmente comparado com os rivais desta mesma época (2010) Fiat Siena, Renault Logan, Fiesta Sedan e Chevrolet Prisma (base do Celta).
Podemos dizer que se você hoje quer um sedan entre R$ 25.000 a R$ 35.000 o Voyage G5 é a melhor opção, vale claro uma ressalva e uma atenção maior na hora da compra com o motor 1.0 VHT.
– Problema motor 1.0 VHT
– Pouco equipado
– Carroceria pouco resistente a ferrugens
– Alto índice de roubo (seguro caro)
– Preço
– Fácil de revender
– Manutenção barata
– Facilidade de encontrar peças (as mesmas peças do Voyage 2008 servem no 2022)
– Conjunto mecânico robusto (suspensão e câmbio resistentes)
– Baixo consumo de combustível
– Porta malas amplo
– Vida longa no mercado (produzido entre setembro de 2008 a dezembro de 2022)
1.0 – quatro cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada. Potências máximas de 72cv (gasolina) e 76cv (álcool) a 5.250rpm e torques máximos de 9,7kgfm (gasolina) e 10,6kgfm (álcool)
1.6 – quatro cilindros em linha, 1.598cm³ de cilindrada. Potências máximas de 101cv (gasolina) e 104cv (álcool) a 5.250rpm e torques máximos de 15,4kgfm (gasolina) e 15,6kgfm (álcool).
Transmissão – Tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas.
Dianteira, independente, tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, interdependente, com braços longitudinais / 6 x 14 polegadas, em aço (1.0, 1.6 e 1.6 Trend); 6 x 15 polegadas, em aço (1.6 Comfortline); e 6 x 15 polegadas, em liga leve (opcional) / 175/70 R14 (1.0, 1.6 e 1.6 Trend) e 195/55 R15 (de série para 1.6 Comfortline e opcional para 1.6 e 1.6 Trend).
– Tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica (opcional para 1.0).
Freios – Discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS (opcional).
– Tanque de combustível, 55 litros; e porta-malas, 480 litros.
– 970 quilos (1.0); e 989 quilos (1.6).
– Comprimento, 4,23m; largura, 1,65m; altura, 1,46m; e entre-eixos, 246m.
1.0 – 166 km/h (gasolina) e 168 km/h (álcool); e
1.6 – 191 km/h (gasolina) e 193 km/h (álcool).
1.0 – 13,8s (gasolina) e 13,3s (álcool);
1.6 – 10,1s (gasolina) e 9,8s (álcool).
1.0 – Cidade: 14,1km/l (gasolina) e 9,6km/l (álcool); Estrada: 18,6km/l (gasolina) e 12,6km/l (etanol)
1.6 – Cidade, 13,1km/l (gasolina) e 8,8km/l (álcool); e estrada, 18,5km/l (gasolina) e 12,4km/l (álcool).
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